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Tito Chambino

Tito Chambino

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Enlacemos as mãos e dancemos juntos ao som da marcha fúnebre

Enlacemos as mãos e dancemos juntos ao som da marcha fúnebre

1.525 €

2025

2025

Escultura em Ferro Oxidado com Urina

Escultura em Ferro Oxidado com Urina

216 x 144 x 4 cm

216 x 144 x 4 cm

O tempo, para mim, não é apenas uma sucessão de instantes. É uma coreografia completa onde as mãos se tocam e o corpo se move em uníssono ao som de uma marcha fúnebre. Eu sou tudo isso. Esta escultura é tudo isso. E o tempo está presente em ambos. No corpo que muda, no ferro que enferruja, naquilo que somos e no que deixamos de ser. Cada nascimento já traz a sombra da morte, e cada gesto carrega em si a memória do que foi. Ao olharmos para o tempo, olhamos para a nossa finitude. Ao enlaçarmos as mãos, reconhecemos a finitude - não como condenação, mas como aceitação e parte do desenho de uma sombra que se agiganta perante o que somos. Esta escultura é um convite a enlaçar as mãos com o efémero, mas a segurar a eternidade com a ponta dos dedos. Um convite a dançar com a inevitabilidade de que o tempo transforma e corrói. Não falo de uma dança como Henri Matisse pintou em 1909, exaltando a alegria da vida, e onde representou o corpo em festa, falo numa dança onde o corpo descansa em paz.

O tempo, para mim, não é apenas uma sucessão de instantes. É uma coreografia completa onde as mãos se tocam e o corpo se move em uníssono ao som de uma marcha fúnebre. Eu sou tudo isso. Esta escultura é tudo isso. E o tempo está presente em ambos. No corpo que muda, no ferro que enferruja, naquilo que somos e no que deixamos de ser. Cada nascimento já traz a sombra da morte, e cada gesto carrega em si a memória do que foi. Ao olharmos para o tempo, olhamos para a nossa finitude. Ao enlaçarmos as mãos, reconhecemos a finitude - não como condenação, mas como aceitação e parte do desenho de uma sombra que se agiganta perante o que somos. Esta escultura é um convite a enlaçar as mãos com o efémero, mas a segurar a eternidade com a ponta dos dedos. Um convite a dançar com a inevitabilidade de que o tempo transforma e corrói. Não falo de uma dança como Henri Matisse pintou em 1909, exaltando a alegria da vida, e onde representou o corpo em festa, falo numa dança onde o corpo descansa em paz.

O lugar dos desencontros habita o mesmo espaço que nós

O lugar dos desencontros habita o mesmo espaço que nós

1.425 €

2025

2025

Escultura em Ferro Oxidado com Urina

Escultura em Ferro Oxidado com Urina

216 x 168 x 4cm

216 x 168 x 4cm

Não há distância maior do que aquela inscrita no mesmo espaço. Neste espaço - cúmplice e confluente - onde os corpos coabitam sem se reconhecerem, germina o desencontro. Ele não é ausência nem recusa: é a dobra no tempo onde o gesto hesita, onde a palavra se retrai antes do som. Um quase-toque – como na Criação de Adão - que permanece em suspensão. O vazio entre as formas não é falta, é estrutura. O desencontro não é deslocamento - é coabitação em planos desalinhados. Duas linhas que se tocam apenas na impossibilidade de coincidir. E nós, habitantes do mesmo espaço, somos cúmplices desse desfasamento. Estamos aqui. E ainda assim, não no mesmo aqui. O lugar onde tudo falha é o mesmo onde tudo se anuncia. A escultura é esse limiar: um território onde a ausência ganha forma, onde o tempo dobra sobre si mesmo até que o instante se torne eterno. Talvez o lugar do desencontro seja, paradoxalmente, o único lugar comum.

Não há distância maior do que aquela inscrita no mesmo espaço. Neste espaço - cúmplice e confluente - onde os corpos coabitam sem se reconhecerem, germina o desencontro. Ele não é ausência nem recusa: é a dobra no tempo onde o gesto hesita, onde a palavra se retrai antes do som. Um quase-toque – como na Criação de Adão - que permanece em suspensão. O vazio entre as formas não é falta, é estrutura. O desencontro não é deslocamento - é coabitação em planos desalinhados. Duas linhas que se tocam apenas na impossibilidade de coincidir. E nós, habitantes do mesmo espaço, somos cúmplices desse desfasamento. Estamos aqui. E ainda assim, não no mesmo aqui. O lugar onde tudo falha é o mesmo onde tudo se anuncia. A escultura é esse limiar: um território onde a ausência ganha forma, onde o tempo dobra sobre si mesmo até que o instante se torne eterno. Talvez o lugar do desencontro seja, paradoxalmente, o único lugar comum.

Tito Chambino, nasceu em 1996 na cidade de Castelo Branco. Licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, no ano de 2019, e, atualmente, divide a sua atividade profissional enquanto artista plástico e professor. No domínio das artes plásticas, existe – na sua obra – um pendor maioritariamente escultórico e um intento constante pela perfeição. Subjacentes ao seu trabalho estão questões em torno da matéria e da forma – onde o uso do ferro se apresenta como uma inevitabilidade e onde a redução estrutural revela a verdadeira essência da obra. Paralelamente ao processo de sintetização e subtração, encontra-se a reconfiguração do espaço através de uma superfície que abrange uma dimensão poética e reminiscente, sendo que, a memória, a morte, o silêncio, o peso, a leveza, a ordem, a verticalidade e a transcendência estão na génese do pensamento que formula os elementos constituintes da práxis artística.

Tito Chambino, nasceu em 1996 na cidade de Castelo Branco. Licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, no ano de 2019, e, atualmente, divide a sua atividade profissional enquanto artista plástico e professor. No domínio das artes plásticas, existe – na sua obra – um pendor maioritariamente escultórico e um intento constante pela perfeição. Subjacentes ao seu trabalho estão questões em torno da matéria e da forma – onde o uso do ferro se apresenta como uma inevitabilidade e onde a redução estrutural revela a verdadeira essência da obra. Paralelamente ao processo de sintetização e subtração, encontra-se a reconfiguração do espaço através de uma superfície que abrange uma dimensão poética e reminiscente, sendo que, a memória, a morte, o silêncio, o peso, a leveza, a ordem, a verticalidade e a transcendência estão na génese do pensamento que formula os elementos constituintes da práxis artística.

coletivo.correntedear@gmail.com

2025

2025

© 2025 Corrente de Ar

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